Campanha de multivacinação: veja quais vacinas estão sendo oferecidas e contra quais doenças elas protegem

Campanha de multivacinação: veja quais vacinas estão sendo oferecidas e contra quais doenças elas protegem

O Brasil começou, nesta semana, a Campanha Nacional de Multivacinação: crianças e adolescentes poderão ser vacinados conforme as previsões de cada faixa etária prevista no Calendário Nacional de Vacinação.

Abaixo, veja a lista das vacinas oferecidas e, na sequência, os detalhes de cada uma:

 

  1. Vacina da poliomielite (VIP ou VOP)
  2. Hepatites A e B
  3. Tríplice viral e tetraviral
  4. Pneumonia, Meningite e Otite (Pneumocócica 10 valente)
  5. Rotavírus Humano
  6. Meningocócica C
  7. Febre amarela
  8. Difteria, tétano e coqueluche (Tríplice bacteriana)
  9. Varicela
  10. HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano)
  11. Vacina meningocócica ACWY

 

 

Começou nesta segunda-feira, 08 de agosto, a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite e de multivacinação. — Foto: Clovis Neto/Estadão Conteúdo

 

1) Vacina da poliomielite (VIP ou VOP)

 

A poliomielite é uma doença contagiosa causada pelo poliovírus, que vive no intestino e pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca de pessoas infectadas. Pode levar à paralisia infantil.

 

  • A vacina VIP usa o vírus inativado da poliomielite e protege contra os tipos 1, 2 e 3 do vírus. Ela é injetável e dada em um esquema de 3 doses aos 2, 4 e 6 meses de idade.
  • Já a vacina VOP é oral (a criança toma gotinhas) e usa o vírus atenuado dos tipos 1 e 3 do vírus da pólio. É dada como dose de reforço aos 15 meses e 4 anos de idade.

 

A pólio é considerada eliminada do território brasileiro desde 1994, mas, hoje, o país corre "alto risco" de volta da doença.

 

2) Hepatites A e B

 

hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A da hepatite, também conhecida como “hepatite infecciosa”.

Muitas pessoas com a doença não têm sintomas, mas, em 1% dos casos, ela pode levar a insuficiência hepática grave. Em casos fulminantes da doença, a pessoa afetada precisa de um transplante para sobreviver. Não há tratamento específico contra a hepatite A.

É transmitida pelo contato, pela boca, com fezes contaminadas – seja por meio de alimentos ou água contaminados pelas fezes. Também pode ser transmitida por contato sexual. A vacina é dada em uma dose aos 15 meses, conforme o calendário do Ministério da Saúde.

Já a hepatite B é mais comumente transmitida da mãe para o bebê durante o parto, pelo contato com sangue ou outros fluidos corporais durante o sexo com um parceiro infectado, injeções inseguras ou exposição a instrumentos cortantes.

 

A hepatite B considerada um grande problema de saúde global pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e leva a um alto risco de morte por cirrose e câncer de fígado. Se uma criança é infectada antes dos 5 anos de idade, a chance de desenvolver hepatite crônica é de 95%.

 

vacina oferece de 98% a 100% de proteção contra a doença; no Brasil, a primeira dose é dada ao nascer – de preferência, nas primeiras 12 horas de vida, ainda na maternidade, mas também pode ser aplicada até 30 dias após o nascimento.

Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias sem comprovação de vacinação ou com esquema vacinal incompleto podem iniciar ou completar o esquema com a vacina pentavalente.

Já as crianças com 7 anos completos, sem comprovação ou com esquema vacinal incompleto, podem completar 3 doses com a vacina específica da doença, com intervalo de 30 dias entre a 1ª e a 2ª doses e de 6 meses entre a 1ª e a 3ª doses.

 

3) Tríplice viral e tetraviral

 

A vacina tríplice viral protege contra caxumbarubéola sarampo. Já a tetraviral protege contra as três doenças e, além delas, a catapora (varicela). A primeira dose da tríplice viral é ministrada aos 12 meses e a segunda entre os 11 e 19 anos, com intervalo de 30 dias entre as duas. Já a tetraviral é dose única, aplicada aos 15 meses.

caxumba pode atingir qualquer tecido glandular e nervoso do corpo humano, causada pelo paramyxovirus e é transmitida por via aérea, por meio de gotículas de saliva do doente.

Já a rubéola é uma doença infectocontagiosa transmitida por um vírus ou por via aérea. A forma mais grave da doença é a congênita, ou seja, quando transmitida da mãe para o feto, pois pode causar sequelas irreversíveis. Entre elas estão a surdez, glaucoma, malformação cardíaca, e retardo no crescimento.

Transmitido pelo ar, ao tossir ou espirrar, ou pelo vírus, o sarampo também é infectocontagioso. Atinge mais gravemente os desnutridos, os recém-nascidos, as gestantes (podendo provocar aborto ou parto prematuro) e as pessoas portadoras de imunodeficiências. A forma mais eficaz de prevenção é a vacinação.

No caso da catapora, causada pelo vírus Varicela-Zóster, a transmissão se dá por meio do contato com a saliva ou secreções do doente. Sendo altamente transmissível, causa erupções cutâneas e pode evoluir para complicações respiratórias.

 

4) Pneumonia, Meningite e Otite (Pneumocócica 10 valente)

 

A vacina é feita com o vírus inativado e previne cerca de 70% das formas graves de doenças como pneumonia, meningite, e otite em crianças. Eficaz contra 10 sorotipos diferentes do Streptococcus Pneumoniae, o imunizante previne contra as manifestações bacterianas dessas patologias.

O imunizante é ministrado em três doses. A primeira, aos dois meses de idade e a segunda aos 4 meses. O reforço deve ser aplicado aos 12 meses.

pneumonia é conhecida por inflamar os sacos aéreos nos pulmões e é potencialmente fatal em bebês. Em sua forma viral, é transmitida por meio do ar e começa como os mesmos sintomas que um resfriado, evoluindo para uma tosse incessante. Quando transmitida por bactérias, tem um início mais abrupto.

meningite, por sua vez, é a inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a medula espinha. Requer um tratamento urgente, pois pode ser fatal.

Também uma inflamação, a otite é bastante comum e bastante dolorosa, podendo atingir toda a extensão do ouvido: médio, interno ou externo.

 

5) Rotavírus Humano

 

Dada em um esquema vacinal de duas doses, uma aos dois meses e outra aos quatro meses, a vacina é oral e previne contra a diarreia por rotavírus.

A transmissão ocorre principalmente em locais onde não há saneamento básico adequado, já que o vírus é eliminado nas fezes do paciente, contaminando a água ou alimentos.

 

6) Meningocócica C

 

Com três doses, a vacina que protege contra o tipo C da doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que pode causar meningite. A primeira é aplicada aos três meses, a segunda aos quatro meses e a dose de reforço aos 12 meses.

Mais frequente entre crianças com até 5 anos, pode atingir a corrente sanguínea, provocando uma infecção generalizada.

 

7) Febre amarela

 

Com a primeira dose aos nove meses, a vacina para febre amarela também é aplicada aos 4 anos como reforço. Para os adolescentes, a aplicação do imunizante depende da situação vacinal e é feita em dose única.

Transmitida pela picada do mosquito, geralmente acomete pessoas que moram em zonas com muita vegetação. De acordo com a Anvisa, é recomendada para todos aqueles que viajam para algum dos 125 países que exigem o Certificado Internacional de Vacinação.

 

8) Difteria, tétano e coqueluche (Tríplice bacteriana)

 

Pouco comum em países desenvolvidos graças as campanhas de vacinação, a difteria causa dificuldade para respirar, pois atinge amígdalas, faringe, laringe, nariz. É transmitida por gotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro) ou por saliva (beijos ou compartilhamento de copos e talheres).

Ao contrário do que se pensa, o tétano não é causado apenas por acidentes envolvendo materiais enferrujados. A bactéria causadora é encontrada nas fezes de animais e de seres humanos, na terra, nas plantas. Basta ter alguma ferida na pele (corte, arranhão, machucado) para a infeção poder ocorrer. Afeta os nervos e causa espasmos musculares dolorosos, podendo levar à morte.

Especialmente perigosa para bebês, a coqueluche infeciona o sistema respiratório e provoca tosse seca e intensa com um som agudo. É transmitida por via aérea, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada.

primeira dose é dada aos 15 meses, com reforço aos 4 anos. Adolescentes entre os 11 e 19 anos tomam a Dupla adulto (dT), em 3 doses ou reforço, dependendo da completude da caderneta de vacinação. O intervalo recomendado entre as doses é de no mínimo 30 dias e no máximo 60.

 

9) Varicela

 

A primeira prevenção contra catapora (varicela) é considerada aos 15 meses, por meio da vacina tetra viral, de dose única. A imunização específica para varicela ocorre aos 4 anos, como segunda dose.

 

10) HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano)

 

Meninas com idades entre 9 anos e 14 anos, 11 meses e 29 dias, devem tomar 2 doses para a prevenção contra quatro sorotipos diferentes de HPV, com um intervalo de seis meses entre elas. Já para os meninos, a faixa etária para as duas doses compreende o período entre os 11 e 14 anos.

O papilomavírus humano é transmitido por meio do contato direto com a pele ou mucosa infectada (oral, genital ou anal) das pessoas, causando o surgimento de verrugas nesses locais e, em casos mais graves, câncer. Além de ser considerado uma infecção sexualmente transmissível, também pode ser transmitido de forma vertical, ou seja, a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto.

 

11) Vacina meningocócica ACWY

 

A vacina meningocócica conjugada quadrivalente protege contra quatro tipos diferentes de bactérias causadoras de meningite. Com dose única, deve ser tomada por adolescentes entre os 11 e 12 anos de idade.

Todos os imunizantes que integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) são seguros e estão registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte:https://g1.globo.com/saude/vacina/noticia/2022/08/11/campanha-de-multivacinacao-veja-quais-vacinas-estao-sendo-oferecidas-e-contra-quais-doencas-elas-protegem.ghtml